Sendo leitora, (e telespectadora), este foi um dos filmes mais bonitos que assisti. Aqui está uma produção de Resenha Crítica, voltada para a disciplina de Textos e Práticas Digitais.

RESENHA CRÍTICA – PRIMEIRO ALUNO DA CLASSE

 

PRIMEIRO ALUNO DA CLASSE. Direção: Peter Werner. Gênero: Drama. Título Original: Front of the Class. Classificação: Livre. Produção de Andrew Gottlieb. Estados Unidos da América: Hallmark, 2008. Youtube.

 

O filme Primeiro Aluno da Classe (Front of the Class), dirigido por Peter Werner e estrelado por James Wolk (Brad Cohen) é baseado em fatos reais e narra a trajetória de um jovem americano que luta diariamente, desde a infância, contra um distúrbio neurológico que provoca sons e movimentos repetitivos, involuntariamente: a Síndrome de Tourette.  

Já no início do filme, Brad Cohen demonstra não gostar de frequentar a escola, apesar de ter enorme facilidade e carinho para aprender. Ainda não tem conhecimento, assim como a sua família, sobre o motivo pelo qual faz ruídos e isto o deixa entristecido e frustrado por não ter controle sobre si, diante daqueles sintomas. Sofre repreensões, tanto dentro de sala de aula, sendo ridicularizado em frente aos colegas, quanto dentro de casa pelo próprio pai, que acredita que o filho age de tal maneira propositalmente, fazendo brincadeiras de mal gosto - e por isso não tolera tal comportamento.

No entanto, a criança tem o apoio da mãe, que busca incansavelmente respostas para atenuar o sofrimento do filho, correlacionando os sinais e sintomas observados com uma síndrome que não tem cura, porém, tratamento. Cohen, então portador de necessidades especiais, teve também o respeito e a atenção do diretor da escola que, em um momento oportuno, lhe dá voz e a oportunidade para dar início á sua caminhada em direção à realização dos seus sonhos.

Brad Cohen enfrenta preconceitos e sente-se excluído em várias situações. Sonha em ser professor e encontra dificuldades para encontrar um emprego e sentir-se útil diante das suas limitações. Apesar do currículo exemplar, é dispensado das escolas onde fez entrevista sob a justificativa de que a doença poderia ser motivo de brincadeira, ou que atrapalharia o aprendizado e a concentração das crianças. Porém, não desiste de seguir em frente e assume então uma postura profissional e ao mesmo tempo, humana e solidária diante das necessidades alheias, especificamente em relação aos seus alunos da escola primária, tão queridos e motivos de realização pessoal e alegria.

Apesar dos transtornos, o professor alcança o sucesso e o reconhecimento como um ser humano especial, diferente e igualmente capaz de tornar-se bem-sucedido em relação ás suas escolhas.

O filme pode ser considerado o retrato de muitas pessoas que têm diante de si o enfrentamento de uma doença e, ao mesmo tempo, das imposições e limitações para fazer parte do convívio social. Neste sentido, há de se elevar cada vez mais a importância da inclusão e acolhimento destes jovens na educação, de humanização no atendimento ás necessidades especiais, para que sejam também instrumentos do crescimento de uma sociedade capacitada para adaptar-se e dar oportunidade a todos.

Contudo, o filme demonstra que não há um amparo legal que favoreça a inserção do indivíduo com necessidades educacionais especiais no mercado de trabalho. No Brasil, há uma legislação que ampara o indivíduo com NE. Porém, é relevante ressaltar que, a formação profissional deste vai além da legislação vigente e da capacitação técnica, pois o personagem apresenta inteligência emocional para lidar com os obstáculos que surgiram. Além disso, percebe-se que Cohen pode ser considerado uma exceção entre as pessoas que possuem as mesmas dificuldades e, apesar de tudo, conseguem alcançar o nível superior.

Imagem: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/4/40/Front_of_the_Class_%28Logo%29.jpg